sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O amor não é um sentimento dúbio

Estava a relatar a um amigo o percalço de um casal que após 4 anos de relação afastaram-se por um ou dois meses. Findo estes meses ambos decidiram que se amavam demasiado e alguns ajustamentos seriam necessários para uma relação duradoura e madura. Nisto o meu amigo afirmou com invulgar convicção que o amor não requer esforço. Observei-o incrédula e aguardei uns minutos em silêncio no sentido de que se apercebesse do que tinha acabado de dizer. Nenhuma tentativa de explicação ou corrigir o que foi dito. Como um homem de 37 anos ainda acredita nos contos da Disney, nos contos infanto-juvenis.
Fico estarrecida quando à mínima adversidade, estas e outras crenças são convenientes e justificações plausíveis para os adultos da minha e posteriores gerações se divorciarem com a facilidade e rapidez com que se compra um café na esquina. Claro que há excepções e não são poucas. Mas a carapuça serve, infelizmente, a mais indivíduos do que gostaria. O amor não é suposto ser um vento suave numa tarde quente, um maravilhoso pôr-do-sol no cimo de um monte ou na praia, uma alternativa à solidão. O amor é altruísta, êxtase, felicidade; contudo é sofrimento, angústia e desespero. É uma amálgama de sentimentos contraditórios. É selvagem, lágrimas e suor. O amor torna o ser humano feroz contudo sereno e tolerante.
O amor é vivido, não é lido nem contado. E, mesmo após o término da relação, esse sentimento é transformado, não se evapora ou simplesmente desaparece. No entanto, após viver-se o amor, o arrependimento não é uma opção. Os momentos de felicidade bem como angústia contribuem para o que somos hoje.
(d trintona)

Sem comentários: