segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sem título

O conceito de casa desmoronou-se. O sentimento de pertença dissipou-se. É uma destruição lenta contudo consistente. As paredes são cada vez mais finas e frágeis. Os grãos de areia vão pousando vagarosamente, sem cessar no chão, delineando as divisões. As janelas apresentam manchas do tempo, de negligência, numa ou outra é possível ver alguns sinais de desgaste, umas lascas aqui e ali. A porta de grande envergadura, madeira escurecida e baça, abre-se ruidosamente após o rodar da maçaneta. O interior vazio, respirar torna- se ensurdecedor. Lá fora, em redor, tudo é árido, os pássaros e as plantas não se avistam a largas léguas de distância, deixaram de procurar vida por estas bandas.
E a casa a desaparecer com o embate do vento, da chuva e do sol; a sua história diluída, extinta, apagada. Nada.
(d Trintona)

sábado, 6 de agosto de 2011

 

Não querendo ser subversiva, contudo estou a ficar um pouco cansada de ser alvo de chacota num contexto político nacional/internacional autista e vicioso. Infelizmente a relação entre este clip e o meu estado de espirito é cada vez mais estreita - manifestando-se com maior frequência do que gostaria....
  


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tentas, de longe, dizer que estás aqui.
Com peso triste caminha na rua o Outono.
O meu coração debruça-se à janela
a ver pessoas e carros, e as folhas caindo.

Mastigo esta solidão
como quando era pequeno e jantava
diante dos pais zangados:
devagar, ausente
(Musa Irregular, Fernando Assis Pacheco)