quarta-feira, 11 de abril de 2012

Vida,

Que esperas de mim? Já não te dei o suficiente? Sou um homem melhor por ti, amei-te mais que a mim próprio… À, o problema está aí, vejo pela tua expressão. Pensei que chegava! Mas queres mais, sempre foste caprichosa e voluntariosa! Tenho de gostar mais de mim, não é? Sempre a mesma justificação para a tua rigidez e incompreensão, nunca me apoiaste. Suportei os constantes obstáculos que me impuseste sem descanso ou uma palavra de apreço. Luto por ti e a para ti, e que fazes? Encolhes os ombros. Renego e desprezo a tua condescendência. Odeio-te por me tornares no que sou, um ser medíocre, digno de comiseração. Não consigo olhar-me com um resquício de orgulho, vergaste-me e humilhaste-me. Reduzido a pó e cinzas. Conseguiste! Despedi-me de ninguém, nem de mim mesmo. Merda para ti.
À beira do precipício, gesticulava enquanto as lágrimas corriam pela face. Olhou para o leito rochoso do rio seco.
Hoje recebi uma carta da morgue.

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