segunda-feira, 5 de março de 2012

O meu Portugal

  O meu Portugal pode ser um país cheio de contradições contudo é consistente no que acredita. Um povo que ainda se sente injustiçado por ter descoberto mundo e meio e ocupar uma ínfima parcela do mesmo. Com a ilusão de um espírito esmagado pela sombra de uma Espanha. Além destas pequenas megalomanias é acolhedor, ainda acredita na família, com valores sociais muito presentes, mas um civismo muito imaturo. Capaz de mover mundo e fundos pelos seus, contudo se provier algum lucro, o bolso fica mais feliz.
  É um país com uma auto-estima baixa, contudo quando se empenha consegue superar espectativas elevadas, com focos de uma liderança criativa e conhecimento afinado que vão surgindo de tempos a tempos, porém esmagados por mesquinhez e tacanhez das esferas constituídas por uma dúzia de senhores senis com tanto poder.
  Não somos exímios seguidores de protocolos, contudo ganhamos pontos na improvisação. Somos um povo que consegue sorrir enquanto chora. Muito emotivo e sonhador, ainda acreditando num mundo melhor. Mas, espezinhado e violentado com os constantes abusos de poder e corrupção dos seus semelhantes. Sem vestígios de uma justiça digna e eficiente.
  Tanto potencial neste canto da Europa sendo explorado por países estrangeiros, enquanto nos comiseramos. As desculpas atropelam-se e, quando olhamos para o passado tropeçamos no presente e futuro. A saudade, palavra sem tradução, muito nossa, continua a justificar a mediocridade.
  Enquanto esperamos por D. Sebastião e a justiça aniquilada se eleve, Portugal é, apenas, uma paradisíaca paisagem para umas férias de verão, com grande pesar meu.
  Desculpem se ofendi alguém, esta é a opinião de uma portuguesa que chora pelo seu país.
(d Trintona)

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