sábado, 4 de junho de 2011


E sequem-se-me os dedos a cabeça
estoire e não fique de tudo uma palavra
se a maldição for tanta que eu te esqueça

e não reste sequer o chão e não de quantas ruas e
não já reste a cidade

e seja a memória deste homem um escárnio ocultado por quinze
gerações de vindouros
com seus cães que se deitam aos pés das pessoas e parecem adivi-


nhar a linguagem monstruosa
das narinas resfolegando

se a maldição for tanta e tão perfídia
que eu te esqueça na morte, que eu te esqueça
                                              (A musa irregular, Fernando Assis Pacheco)

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