Quis-te dizer tanto, partilhar contigo o que sinto,
a alegria quanto te vejo, o riso estúpido quando leio as tuas mensagens. As
nossas longas conversas no bar. As palavras tropeçam. Não, não é assim que
quero começar. Penetraste os muros que demorei anos a edificar, com uma
confiança e calma inabalável, sem olhares para trás, sem te importares com a
minha fragilidade. É verdade que esses tijolos eram o meu carcere, mas aprendi a
gostar da minha prisão, decorei as paredes, criei o meu pequeno mundo. Construi
uma personagem sem riscos, com calculadas interferências, planifiquei
histórias, brinquei com os enredos, tudo da minha janela. Agora caiu, levanto-me
com dificuldade. Tropeço neste mundo que desconheço. Mais outro arranhão, a
mascara inabalável começa a rachar. E tu, onde estás? Porque não me ofereces a
tua mão? Sou participante de uma história que desconheço o enredo e o final.
(d Pseudoink)
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